KLEPHT OS NOVOS GUERREIROS
DA MÚSICA PORTUGUESA
Os Klepht são 5 rapazes, oriundos de Lisboa e amigos de longa data. Foi num ambiente de descontracção e com grande simpatia que os elementos Diogo Dias (voz, guitarra e piano), Filipe Contente (baixo), Marco Reis (guitarra), Francisco Duarte (guitarra) e Mário Sousa (bateria) nos receberam no espaço onde ensaiam.
Como se formaram os Klepht?
D.D: Na altura em que andávamos na escola, eu e o Francisco tocávamos algumas músicas, entretanto decidimos concorrer a um concurso, ganhámos o concurso e começámos a criar uma banda. Começámos por ser nós os dois, mais o antigo baterista, que também era nosso colega. Quando entrámos para a faculdade, conhecemos o Filipe, que era do Algarve e que conhecia o Marco, que por sua vez era grande amigo do Mário. Houve várias mudanças na banda, em 2000 os Klepht formaram-se como são actualmente.
De onde deriva o nome Klepht?
DD: Lembrámo-nos de palavra Klepht, porque a sonoridade agradava-nos e achámos o significado interessante. Os Klepht eram uma guerrilha no séc.XV, formaram-se quando o Império Otomano invadiu a Grécia, houve um grupo de gregos que se manteve independente nas montanhas e vinham à cidade pilhar as casas, como forma de luta pelo povo grego. Gostámos do factor guerrilha, porque andámos 10 anos a tocar em bares, sem receber dinheiro, à espera de uma oportunidade, é preciso ter espírito de guerrilheiro.
Como descrevem a vossa música?
MR: Gostamos de nos assumir como uma banda rock-pop.
Antes do lançamento do álbum, os Klepht já existiam há 7 anos, tiveram dificuldade em chegar às editoras?
DD: Sem dúvida. Para chamar a atenção das editoras, organizámos um evento no Musicais, e ligámos insistentemente a todas as editoras para que estivessem presentes. Apareceram apenas 3 editoras, no entanto foram aquelas que nós estávamos mais interessados em assinar. Tivemos que mudar de editora, de produtor, até o álbum sair, foi de facto, um processo demoroso e complicado.
Como foi a experiência em estúdio?
MS: Foi difícil, tivemos quase 2 anos para conseguir acertar datas no estúdio.
FD: Quando conseguimos, estivemos a gravar 12 horas por dia, durante 15 dias. Mas é sempre divertido, porque estamos a fazer o que gostamos.
Podem-nos falar um pouco sobre o processo de composição? Escrevem juntos ou individualmente?
DD: A música cria-se na sala de ensaios, é um processo que pode demorar muito tempo, como pode ser muito rápido conseguirmos o resultado ideal. Normalmente um tema demora quatro ensaios a ser feito.
MR: Não há um método, a inspiração não vem quando queremos, vem quando nos apetece, às vezes surge uma boa letra e criamos uma música para a acompanhar, outras vezes só tenho um “la la la” e uma boa malha de guitarra ou de teclado e trabalham-se as letras. As letras são todas do Diogo, muitas das ideias do instrumental são dele também, quando estamos no ensaio trabalhamos essas ideias e cada um dá o seu contributo.
Cada vez mais as bandas nacionais cantam em inglês, vocês são excepção porquê?
MR: Porque não percebemos nada de inglês (risos).
FC: Eu gosto que a nossa letra se faça entender e faça sentido, acho que a música tem de ter uma mensagem e essa mensagem tem de chegar às pessoas. É em português que nos expressamos, é em português que falamos com os nossos país e com os nossos amigos, e por isso como estamos em Portugal, gostamos de cantar em português.
MR: Outra razão é que gostamos muito da forma como o Diogo escreve, escreve de forma simples e escrever bem é difícil. É obvio que a sonoridade inglesa é mais fácil, a métrica é mais simples e como é em inglês as pessoas não reparam muito na letra e na mensagem que transmite.
Quais as vossas expectativas para o futuro?
DD: Este primeiro álbum correu bem, mas não foi um sucesso a nível nacional, que tenha marcado o mundo da música. O nosso objectivo é marcar o panorama nacional da música portuguesa. Sabemos que é uma ilusão querer agradar a todos, mas queremos agradar ao máximo de pessoas possível.
Gostávamos muito de ter uma carreira como a dos Xutos&Pontapés, estarmos aqui com 50 anos a tocar.
MS: Acho que um dos objectivos de qualquer banda é viver só da música.
DD: Nós temos a perfeita noção de que se não trabalhássemos e só nos dedicássemos à música, seríamos com certeza melhores músicos. Mas isso ainda é impossível, é um dos nossos sonhos.
Entrevista: PATRÍCIA SILVA & SARA BAPTISTA
Géneros Jornalísticos - 1ºano
2009
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